Jovens de Brasília: entre a praça e o futuro, caminhos para resistir ao crime

Jovens de Brasília: entre a praça e o futuro, caminhos para resistir ao crime

Jovens de Brasília: entre a praça e o futuro, caminhos para resistir ao crime

Imagine o sol se pondo na Praça da Juventude, no Paranoá, onde o sino das 17h ecoa como um convite à liberdade. Jovens chegam de chuteiras nos pés, fones nos ouvidos e bicicletas ao lado, rindo alto em meio a gírias que misturam inocência e ousadia. São adolescentes como Isaac Augusto de Brito Vilhena, de 16 anos, ou Gabriel Silva Cardoso, de 17, cujas histórias recentes em Brasília – marcadas por episódios como o assalto na 112 Sul ou o confronto em Ceilândia – revelam não só sombras, mas também a força de uma geração em busca de identidade. Nesse território vibrante, onde o desejo de pertencimento pulsa forte, especialistas como o delegado Rodrigo Larizzatti destacam que a evasão escolar e a falta de perspectivas não são destinos inevitáveis, mas portas que podem se abrir para programas sociais e laços familiares mais sólidos, transformando vulnerabilidades em oportunidades de crescimento.

Enquanto facções como o Comboio do Cão tentam recrutar esses jovens com promessas vazias, estudos como o de Minas Gerais em 2018 mostram que o que eles realmente anseiam é por um “pacto” de respeito e orientação ética. Pense nos meninos de 12 anos no Itapoã, que evitam a Rua da Paz não por medo paralisante, mas por uma sabedoria instintiva que os mantém jogando bola e sonhando com o amanhã. O criminalista Adilson Valentim reforça que o sistema socioeducativo, com seus 1.107 adolescentes em acompanhamento no DF, oferece ferramentas reais: estudos, cursos profissionalizantes, esportes e arte, provando que a maturidade em desenvolvimento – hormonal, neurológica e emocional – pode ser nutrida para escolhas positivas. É uma fase de transição, sim, mas uma cheia de potencial para quem opta por construir laços verdadeiros, longe das armadilhas do crime.

O psicólogo Wanderson Neves, do Grupo Mantevida, nos lembra que esses jovens muitas vezes sabem o que é certo, mas precisam de empatia e projetos de vida para internalizar normas e vislumbrar horizontes. Contra o aumento de 4,2% nas mortes violentas intencionais de adolescentes em 2024, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, surge a esperança: com maior rigidez contra o aliciamento de menores e investimentos em inclusão, como os da Secretaria de Justiça e Cidadania, Brasília pode ser o palco de histórias de superação. Vocês, jovens, têm o poder de reescrever esse enredo – escolhendo a quadra, a escola e os amigos que elevam, em vez de arrastar para baixo. O futuro não é caixão ou prisão, mas um campo aberto de possibilidades.

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