Imagine reencontrar um amor da adolescência e mergulhar em uma história que parece saída de um romance, mas que se transforma em uma lição de força e superação. Foi assim com Marcela*, uma servidora pública de Brasília, que durante cinco anos de namoro com Peterson Willener Barbosa Ribeiro, viu seu coração e suas finanças serem explorados de forma impiedosa. Ele, fingindo uma grave doença renal que exigia tratamentos caros e viagens fictícias para Dubai e Canadá, convenceu-a a emprestar quantias que somaram R$ 500 mil. Mas o que poderia ser o fim de um sonho se tornou o início de uma jornada inspiradora, onde Marcela transformou a dor em ação, denunciando o ex e buscando justiça para reconstruir sua vida.
No ciclo de mentiras, Peterson começou com pedidos modestos, alegando investimentos em sua carreira na construção civil, e escalou para narrativas dramáticas de saúde, como sessões de hemodiálise em Goiânia e curas milagrosas que nunca existiram. Marcela, acreditando no compromisso do relacionamento, recorreu a empréstimos consignados e cartões de crédito, chegando a assinar como fiadora em contratos fraudulentos. Hoje, ela reflete sobre os traços de manipulação que via nele, mas celebra a coragem de romper o silêncio após dois anos de sofrimento psicológico. “Eu passei a olhar para ele como um agressor”, conta ela, destacando como o amor pode ser uma ferramenta de empoderamento quando se aprende a reconhecer os sinais de alerta.
A virada veio com o apoio da advogada Isadora Costa, que ajudou a provar o estelionato amoroso no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios. Peterson foi condenado a 2 anos e 11 meses de reclusão em regime aberto, além de multas e indenização por danos morais. Para Marcela, essa vitória não é só financeira, mas uma validação de sua força interior, mostrando que vítimas de violência patrimonial podem se reerguer. “É tudo bem ser vítima, o importante é buscar ajuda”, enfatiza Isadora. Essa história, longe de ser um alerta sombrio, inspira jovens a valorizarem relacionamentos saudáveis e a confiarem em sua intuição, provando que da traição pode nascer uma nova versão de si mesmo, mais forte e consciente.

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